Sarah Westphal


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"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. 

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor  está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Prós erros há perdão; prós fracassos, chance; prós amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

7 comentários:

V* disse...

Perfeito este texto!
Espelha exatamente aquilo que penso e sinto sobre a vida...

Eu bem digo que cada vez que cá venho vejo um bocadinho de mim :)

P.S: Posso "roubar" para um dia o publicar? :p

Pedacinhos de mim disse...

Brilhante, gostei mesmo deste post. Tinha saudades de cá passar. Um Beijo :)*

C M disse...

Oh, obrigado :D
Não sei se sou diferente, acho que somos todos diferentes a nossa maneira, o que nos torna todos iguais. Eu só não sigo os paradigmas da sociedade, já fui muito insegura e tentei fazer o que os outros faziam, mas percebi que não sou atriz, por isso, agora sou genuína e deixei de me preocupar com os outros. Agora sou eu.
E ao ler o teu blog pareces-me alguém com um mundo à parte e especial dentro de ti, vou seguir-te, quero conhecer mais um pedaço de esse teu mundo :)

Ana Coelho. disse...

Obrigada linda!
Daqui a nada já dedico mais algum ao meu cantinho e aos "vossos" :)
Beijocas :)

Anónimo disse...

UAU! Este deve ser dos textos mais inspiradores que já li!

Sónia disse...

:O fui ver se tinha comentários marcados como spam só naquela de ir ver e tenho lá imensos teus :o Vou tentar responder-te a eles ainda x)

Cristiana M. disse...

As desilusões de um quase são as que mais me afetam... Ainda hoje me recrimino por todos os meus 'quases' que não se tornaram na meta a alcançar. Para um mente 'bichosa' como a minha, não há melhor que isto!